Desenvolver a autonomia e independência das crianças e dos adolescentes é fundamental para o futuro deles.
Um estudo feito pela Universidade de Montreal afirma que é muito importante incentivar a autonomia desde cedo, uma vez que essa habilidade colabora, inclusive, para o desempenho cognitivo dos pequenos.
No entanto, nem sempre as famílias conseguem perceber o potencial benéfico das pequenas atitudes do cotidiano.
De que modo, então, os pais devem proceder? Como eles podem participar ativamente do processo?
Este post foi feito justamente para esclarecer essas dúvidas e te ajudar a desenvolver a autonomia infantil e a independência das crianças. Vamos lá?
Estimule as atividades apropriadas para a idade
Não faça aquilo que o seu filho é capaz de fazer sozinho! Isso compromete a independência das crianças.
Motivos como falta de tempo e pouca informação sobre as capacidades específicas de cada faixa etária levam muitos pais a confundirem, na prática, afeto e ajuda com cuidado excessivo.
Dos 2 aos 3 anos
Nessa faixa etária a criança é capaz de comer sozinha, se acomodar na mesa, arrumar os brinquedos e até colocar sapatos (de preferência, sem cadarços).
Dos 3 aos 4 anos
O seu filho pode, com sua colaboração, ir ao banheiro sozinho. É possível, também, solicitar que ele arrume a mochila para a escola e separe as roupas sujas das limpas (para isso, uma boa sugestão é inserir em sua mochila dois sacos de cores diferentes, um para as limpas e outro para as sujas, e em casa disponibilizar cestos com as mesmas cores dos sacos).
Dos 4 aos 5 anos
Com essa idade, a criança consegue efetuar a sua higiene pessoal e colocar roupas sozinha. Ela pode ainda fazer algumas refeições completas sem ajuda e, por exemplo, passar geleia no pão com um objeto sem lâmina.
A partir dos 5 anos
Aqui, ela está preparada para fazer sozinha algumas atividades domésticas um pouco mais complexas, como arrumar a cama, lavar louças leves e ajudar na elaboração de alguns alimentos.
Vale muito despertar a criança para os cuidados com os seus próprios objetos, com as plantas e animais da casa, assim como com o lixo (separar os recicláveis, por exemplo). Dessa forma, você vai, pouco a pouco, ensinando sobre responsabilidade pessoal, social, ambiental etc.
Tenha cuidado com as broncas
Repreender a criança em situações necessárias é importante para que ela possa desenvolver a noção de limites, em outras palavras, para que construa uma personalidade com valores bastante sólidos.
Contudo, a atenção e o cuidado para não banalizar a bronca devem ser constantes. Mesmo quando ela é necessária, evite falar em tom negativo e ser impositivo.
Seu filho está conhecendo o mundo e aprendendo sobre ele. Para continuar se desenvolvendo, precisa sentir-se seguro.
As broncas constantes ou sem fundamento acabam fazendo com que ele se torne um adulto inseguro e muito dependente da opinião dos outros.
Por isso, antes de dar a bronca, certifique-se de que a intervenção vai realmente ajudá-lo a se tornar uma pessoa melhor.
Ensine a lidar com as frustrações e ser persistente
O aprendizado é um processo de muitas tentativas e, sobretudo, de muitos erros. Nós, adultos, sabemos que todo o nosso desenvolvimento se deu por meio de respostas positivas e negativas que recebemos da vida.
É muito difícil para os pais verem as expectativas dos filhos serem frustradas. Porém, isso faz parte de uma etapa fundamental da formação humana.
Uma habilidade indispensável para a autonomia infantil é a resiliência. Para estimulá-la, você precisa permitir que a criança lide com suas frustrações e seus erros.
Por isso, não ajude de imediato a realizar determinadas atividades, deixe que ela faça várias tentativas até conseguir encaixar um bloco de brinquedo, por exemplo.
Quando estiver mais crescida permita que efetue escolhas, mesmo que você tenha certeza de que ela vai acabar não gostando daquilo que escolheu.
Outra dica é não focar demasiadamente no erro do seu filho. Possibilite que ele lide com os resultados e que desenvolva uma reação positiva diante deles, ou seja, que compreenda que vai haver outras chances e que as falhas não o definem.
Incentive as escolhas e a resolução de problemas
Sempre surgem novos desafios conforme seu filho cresce. Confie em sua capacidade de resolver os próprios problemas, deixando sempre bem claro que você vai estar por perto para dar todo o suporte que for necessário.
Procure lembrar de sempre perguntar o que ele acha certo e o que tem vontade de fazer, dando a chance para que ele solucione os próprios conflitos. Observe tudo para, assim, poder efetuar uma mediação efetiva.
Encoraje a comunicação
Uma das consequências possíveis e pouco benéfica da superproteção é a introversão. São comuns relatos de adolescentes que sofrem muitas dificuldades no convívio social e escolar em razão de uma inabilidade comunicativa (associada, na maioria das vezes, à vergonha e à ansiedade).
A comunicação faz parte daquilo que denominamos como habilidades sociais e é muito relevante para o aprendizado e para a construção dos laços afetivos. E ninguém tem dúvida de que, com amigos, tudo fica mais divertido e mais fácil.
Ao contrário do que se possa pensar, incentivar e desenvolver a autonomia infantil e a independência das crianças não é deixá-las fazer o que quiser e sempre que quiser.
É, sim, oferecer atenção às suas necessidades, respostas e guiá-la para as melhores escolhas.
Com honestidade, equilíbrio e tranquilidade, você vai educar uma pessoa emocionalmente forte, assertiva e segura de si.
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